sábado, 24 de outubro de 2009

TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO NA ESCOLA DO CAMPO

Fundação Universidade do Tocantins
Fabiana Ribeiro da Luz








TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO NA ESCOLA DO CAMPO





Projeto apresentado na Disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso como requisito básico para a apresentação do curso de Pós Graduação Educação, Comunicação e Tecnologias Contemporâneas.
Sobre orientação da Profª Darlene Teixeira Castro








Araguaína- 2009
TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO NA ESCOLA DO CAMPO



RESUMO: O uso do computador na escola do campo vem sendo difundido em todo o país, porém ainda não há consenso quanto à forma de utilizá-lo. Às vezes, utilizando como chamariz mercadológico, outras como um equipamento para atividades extra-classe, raramente é utilizado como ferramenta pedagógica. Embora, tenha se tornado lugar comum associá-lo ao progresso e à modernidade, há vozes discordantes. Seja como for, o grande desafio diante da revolução tecnológica que se faz cada vez mais presente na educação e no cotidiano da população de todo o planeta é integrar tecnologia, ética e educação, buscando uma sociedade onde não haja a dicotomia entre a cultura humanística e a cultura técnica.

Palavras-chave: Tecnologia na Escola do Campo.

ABSTRACT: The use of the computer in the school of the field has been diffused at the whole country, however there is still no consensus as for the form of using him/it. Sometimes, using as bait mercadologic, other as an equipment for activities extra-class, it is rarely used as pedagogic tool. Although, have if turned common place to associate him/it to the progress and the modernity, there are tuneless voices. Be how it is, the great challenge due to the technological revolution that it is made present more and more in the education and in the daily of the population of the whole planet it is to integrate technology, ethics and education, looking for a society where there is not the dichotomy between the humanistic culture and the technical culture.

Key-word: Technology in the School of the Field.
1- INTRODUÇÃO

Fazendo uma analogia entre Educação Rural e Educação do Campo, salientamos que a Educação do Campo está mais voltada para a qualificação e, sobretudo fixação do homem no seu local de produção, no entanto quando aqui nesta pesquisa falo em Educação do Campo me refiro também a Educação Rural em seu sentido lato. É bom ter em mente que durante todo o século XIX, a educação era privilégio de poucos, e, sobretudo, no meio rural. Embora o Brasil ainda fosse uma sociedade predominantemente agrária, a educação do campo, não foi sequer mencionada nas constituições federais de 1824 e 1891, sendo isto um paradoxo, num país que no contexto referido, era tipicamente rural.
Mesmo assim, no século XX, a questão da Educação do Campo só clamou a atenção quando os movimentos migratórios ameaçaram o sossego e o bem estar das elites urbanas.
Nesse sentido, rompendo com esse processo histórico, a Secretaria de Educação do Tocantins conjuntamente com os profissionais da educação envolvidos com a Educação do Campo objetiva a inclusão digital como alternativa de promover a autonomia do educando, seja na cidade ou no campo dentro do paradigma que ora demanda o mundo globalizado. E assim sendo, inicia-se como ponto de partida dar o primeiro de muitos outros passos na direção da construção de uma proposta curricular para as escolas do campo no Tocantins.
A bem da verdade o mundo se transforma numa velocidade expressivamente dinâmica pela força impactante dos novos saberes agregados às técnicas já existentes. E o campo, ao contrário do que anunciava o fatalismo do êxodo rural, há pouco tempo atrás, entrou na dinâmica da contemporaneidade, principalmente com a Revolução Agrícola. Nesta perspectiva estamos alienados a um paradoxo onde conhecimento arrasta todos os espaços – urbano e rural – para novas formas e concepção de vida mantendo um currículo escolar incapaz de fomentar novas atitudes nos indivíduos, assim como de desenvolver habilidades cognitivas e práticas capazes de transformar para melhor a vida no campo.
E nesse cenário, tornar o currículo das escolas do campo no Tocantins, um vetor de empreendedorismo e cooperativismo social, como condição fundamental de superar a pobreza, a exclusão social tão presente e permanente no campo e uma realidade mais que urgente.

EDUCAÇÃO DO CAMPO VERSUS INCLUSÃO DIGITAL EM MEIO A UM PARADOXO A SER SUPERADO

O Brasil há muito tempo, vem construindo uma instância reflexiva, para elaborar e orientar uma educação no meio rural, mas não demonstra uma contribuição para diminuir o êxodo rural, porque não considera a prática dos agricultores como um novo paradigma o “desenvolvimento” sem o equívoco de sinônimo de crescimento.
As políticas públicas para o meio rural, entre elas a da educação, devem contribuir para ampliar o capital social das comunidades locais a partir da criação e do fortalecimento das instituições, da participação dos agricultores na definição e na execução das políticas públicas. Isso aponta para um papel ativo a ser cumprido pelos agricultores e por suas organizações, o fato de que é necessário visar o desenvolvimento rural e repensar o papel a ser cumprido pelo Estado, nas suas diferentes esferas, desde a regulamentação e execução dessas políticas.
Consta-se, portanto, que não houve, historicamente, empenho do poder público para implantar um sistema educacional adequado às necessidades das populações do campo. O Estado omitiu-se na formulação de diretrizes políticas e pedagógicas específicas que regulamentassem como a escola do campo deveria funcionar e se organizar em subsídios que possibilitasse a institucionalização e manutenção de uma escola com qualidade em todos os níveis de ensino e na implementação de uma política efetiva de formação inicial e continuada e de valorização da carreira do docente no campo.
De acordo com as referências para uma Política Nacional de Educação do Campo, Caderno de subsídio, (2003:33) cita:
“A educação recria o campo porque por meio dela se renovam os valores, atitudes, conhecimentos e práticas de pertença a terra. Ela instiga a recriação de identidade dos sujeitos da luta e em luta como um direito social, porque possibilita a reflexão na práxis da vida e da organização social do campo, buscando saídas, e alternativas ao modelo de desenvolvimento rural vigente”.

Partido do pressuposto, a política da educação do campo precisa conceber que a cidade não é superior ao campo e, a partir de compreensão; impõe-se novas relações baseadas na horizontabilidade e solidariedade entre campo e cidade, seja nas formas de poder, de gestão das políticas, de produção econômica e de conhecimentos.
Portanto, o profissional que este projeto precisa preparar, é que a educação é formação para a autonomia que significa auto-construção e auto-governo. A escola em construção se auto-governa, entretanto, tem-se clareza de que a autonomia está condicionada pelas circunstâncias, sendo sempre relativa e determinada historicamente. Nesse contexto a realidade rural, atualmente retrata uma unidade que emerge do movimento social vivido, sentido, trabalhado e decorrente da luta pela vida e pelo trabalho no campo.
O esquema acima descrito quis nos mostrar que, Edgar Morim, ao explicar o processo da complexidade, nos faz compreender a escola, os professores, que possuem o poder da educação e da formação, e diz não haver um único elemento, além da relação e a interação entre os elementos que interagem, e que produzem um efeito novo, deficiente em cada pessoa, dificilmente mensurável, qualificável no que diz respeito ao grau de importância que cada um deles possui.
Vale aqui destacar que no processo formativo, todos os elementos têm a sua inferência, sua colaboração, com formas, níveis, momentos, lugares, importâncias diferentes…, e nesse contexto, as tecnologias da informação e comunicação surgem como instrumentos facilitadores da globalização do conhecimento.
A bem da verdade as vertiginosas evoluções sócio-culturais e tecnológicas do mundo atual geram incessantes mudanças nas organizações e no pensamento humano e revelam um novo universo no cotidiano das pessoas. Isso exige independência, criatividade e autocrítica na obtenção e na seleção de informações, assim como na construção do conhecimento. Hoje, apesar de se supor que atingimos um ensino universalizado quanto ao acesso, seja na cidade, seja no campo, o mesmo não afirmar quanto à democratização do conhecimento.
Assim, a exigência de uma política pública de Educação do Campo se insere na concepção do direito à educação como condição para a instituição de outros direitos e de que a sua efetivação somente se realize no espaço público, por outro lado, a construção de uma proposta curricular contextualizada às questões do campo, reforçam cada vez mais uma pedagogia rural que por sua vez impactará toda a forma de subordinação cultural dos povos às concepções burguesas elitistas, fomentando reflexões que acumulem força e espaço no sentido de contribuir na demonstração do imaginário coletivo sobre a relação hierárquica que há entre campo e cidade. Do campo como lugar de atraso e da cidade como lugar do progresso.
Para que o currículo da educação do campo não se reduza a um instrumento de operação burocrática dentro das escolas, sugere-se a com esse artigo o direcionamento do ponto de vista pedagógico, a partir das quatro premissas propostas pela UNESCO como eixos estruturais da educação para a sociedade contemporânea, sendo o aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver e aprender a ser. De tal modo trata-se de um direcionamento pedagógico comprometido com o desenvolvimento total da pessoa, sempre considerando que a educação do campo deve ser um instrumento de preparação do educando para a vida numa perspectiva de mundo globalizado, em que as fronteiras do rural e urbano caminham cada vez mais para o encurtamento. Ao mesmo tempo atentando para não sobrepor o ideal de vida urbana ao do campo, como historicamente vem ocorrendo no país, onde o campo é visto como lugar de atraso e a cidade de desenvolvimento. Conforme ALMEIDA.
(…) a educação do meio rural não pode tratar somente dela mesma, mas sim deve ser inserida na discussão da problemática mais ampla do campo hoje. Não se está falando da enxada, fala-se da tecnologia apropriada. Está-se defendendo a reforma agrária e uma política agrícola para agricultura camponesa. Propósito é conceber uma educação básica do campo, voltada aos interesses e ao desenvolvimento sócio-cultural e econômico dos novos que habitam e trabalham no campo, atendendo as suas diferenças históricas e culturais para que vivam com dignidade e para que, organizados, resistam contra a expulsão e a expropriação, ou seja, este do campo tem o sentido do pluralismo das idéias e das concepções pedagógicas: diz respeito a identidade dos grupos formados da sociedade brasileira (conforme os artigos 206 e 216 da nossa Constituição). Não basta ter escolas no campo, ou seja, escolas com um projeto político-pedagógico vinculado às causas, aos desafios, aos sonhos, à história e à cultura do povo trabalhador do campo.

Diante do contexto de transformação e de novas exigências que o mundo globalizado exige em relação ao aprender, as mudanças presentes não dizem respeito à adoção de métodos diversificados, mas sim à atitude diante do conhecimento e da aprendizagem bem como a uma nova concepção de homens, de mundo e de sociedade. Isso significa que o professor terá papéis diferentes a desempenhar, o que torna necessários novos modos de formação que possam prepará-lo para o uso pedagógico do computador, assim como para refletir sobre a sua prática e durante sua prática, acerca do desenvolvimento, da aprendizagem e de seu papel de agente transformador de si e de seus alunos. Nesse sentido, M. E. B. B. Prado, nos assevera:
“o aprendizado de um novo referencial educacional envolve mudança de mentalidade (…). Mudança de valores, concepções, idéias e, consequentemente, de atitudes não é um ato mecânico. É um processo reflexivo, depurativo, de reconstrução que implica em transformação, e transformar significa conhecer”.

A partir dessa perspectiva, considera-se a formação do professor reflexivo uma questão fundamental em um processo de formação.
Frente a um mundo em transformação é bom repensar a importância, o papel e a função da educação e da inclusão digital no campo – seu foco, sua finalidade, seus valores… A tecnologia será importante, mas principalmente porque irá nos forçar a fazer coisas novas e não porque irá permitir que façamos melhor as coisas velhas.
É importante ressaltar que a “mudança do computador como meio educacional acontece juntamente com um questionamento da função da escola e do professor. A verdadeira função do aparato educacional não deve ser a de ensinar, mas sim a de criar condições de aprendizagem. Isso significa que o professor precisa deixar de ser o repassador de conhecimento – o computador pode fazer isso e o faz muito mais eficiente que o professor – e passar a ser o criador de ambiente de aprendizagem e o facilitador do processo de desenvolvimento do aluno. Conforme (VALENTI, 1993)
A aceleração da comunicação e dos conhecimentos produzidos veio transformar os conhecimentos técnicos e científicos, e principalmente as fontes de produtividade, gerando assim um grau de exclusão social econômica e intelectual cada vez mais acentuado por excluir aqueles que não conseguem acompanhar o ritmo, mantendo os marginalizados desse processo. Nesse caso o habitante da zona rural.
Essas pessoas estão cada vez mais, distantes do pólo de riqueza que domina o ambiente digital, e a tendência é que seu estado de exclusão aumente cada vez mais. Nesse sentido acredito que só através da inclusão digital articulada aos elementos de formação do cidadão, podemos tirar a Educação do Campo da idéia de “inferior”, para colocá-la nos padrões do mundo globalizado.

Vale ressaltar que a inclusão digital, antes de tudo, significa melhoria de vida de uma determinada região ou comunidade frente à ajuda da tecnologia, portanto, Damasceno,
para que haja, realmente uma inclusão digital não basta apenas que se disponibilizem computadores, mas que haja a capacitação das pessoas para o uso efetivo dos recursos tecnológicos. Pois o acesso ao mundo digital vai proporcionar ao indivíduo o direito básico a informação e à liberdade de opiniões e expressões garantido pela Constituição Federal, além de contribuir para o seu desenvolvimento intelectual, social, econômico e político.
Tomando como campo de pesquisa, no que se refere à inclusão digital, a Escola Municipal Leão Aires do município de Filadélfia-To, detectou-se que a “Exclusa” seja ela social ou digital dar-se em detrimento da inércia de políticas públicas que aparentemente relegaram a zona rural ao seu próprio destino assim como ao aparente despreparo dos educadores pelo longo período sem atualização de novas perspectivas no âmbito da informação. Pois somente colocar um computador na mão das pessoas não é, definitivamente inclusão digital. É preciso ensiná-las e utilizá-lo em benefício próprio e coletivo. Há bem da verdade, alunos, professores e pessoas precisam conhecer o potencial de uso da tecnologia de maneira ampla e o conteúdo precisa estar adequado aos interesses e as atividades da comunidade local, tem como ter linguagem acessível, pois a tecnologia não pode se tornar uma dificuldade na vida das pessoas, mas deve integrar o dia-a-dia da comunidade. As barreiras que impedem o conhecimento precisam ser vencidas.
O indivíduo para ser considerado preparado para dominar o ambiente digital precisa estar capacitado para usar a tecnologia e ter um grau de educação em sentido amplo que permita aplicá-la de forma efetiva. Ligada a esta questão faz-se necessário a existência de conteúdos relevantes para serem acessados através dos recursos tecnológicos. Portanto, faz-se necessário criar oportunidade de acesso a ferramentas tecnológicas assim como a metodologias do uso dessas ferramentas a serviço dos docentes e discentes da escola do campo, para que os mesmos possam socializar coletivamente sua aprendizagem.
Através de estudos realizados nas regiões rurais do Tocantins, sobretudo na região do município de Filadélfia-To, acredita-se que a inclusão digital nas escolas do campo no caso da Escola Municipal Leão Aires, deverá ser realizadas através de projetos específicos para buscar oportunizar aos alunos contato com a sociedade da informação, procurando construir os saberes específicos das disciplinas a partir de outro espaço, que para eles deva ser mais atrativos e capaz de articular os saberes produzidos na sala de aula através de metodologias próprias.
E assim sendo através de projeto trabalhados espera-se:
ü Implantação de um Laboratório de Informática na Escola do Campo (Município de Filadélfia) para uma melhor apreensão do conhecimento do mundo atual;
ü Formação e Capacitação dos Profissionais da Educação da Escola do Campo;
ü Efetivação do processo ensino-aprendizagem da educação do campo como resultado da metodologia da Inclusão Digital;
ü Manuseio livre do computador para que os alunos possam se desenvolver dentro das suas limitações e curiosidades;
ü Atividades orientadas com interpretações de resultados, integração com programas de computadores e comparação dos seus resultados com os dos colegas;
ü Informações ao homem do campo para que ele minimize custos, trabalho e uma série de circunstâncias que ocorre no meio rural;
ü Inserção do produtor rural no meio digital através dos ensinamentos de seus filhos, pois essa é uma ferramenta muito importante nos dias de hoje.
E assim sendo, os alunos e comunidade em geral que não tenham conhecimento em informática receberão através de um profissional cedido pela Prefeitura Municipal de Filadélfia, curso de introdução a informática, passando para o uso de softwares e ferramentas de trabalho (Word, Excel, Power Point, entre outros) e o uso da internet. Nesse caso o aprendizado se dará por meio de um processo pedagógico amplo, que envolve desde as atividades didáticas para o uso do computador, até a sua utilização complementar ao ensino em sala de aula, como pesquisa na internet em sites educativos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Um dos grandes medos dos professores em relação à presença da tecnologia na sala de aula seja essa sala urbana ou rural, é não saber dominá-la e ser substituídos por ela, a proposta desse projeto é de proporcionar aos profissionais da educação a perceber que a tecnologia é uma grande aliada do professor na sala de aula e na vida cotidiana, pois é por intermédio da inclusão digital que os professores poderão efetivar o processo ensino-aprendizagem que ora o mundo atual exige. Na verdade hoje graças à tecnologia vivemos num mundo globalizado onde o que pensávamos que era intransponível veio por terra com o aparecimento do computador.
De certa forma, a internet na sala de aula é um passo para a remoção de algumas barreiras entre o sistema formal e o ambiente educacional externo. A influência do ambiente e de interesses nos alunos é consideravelmente forte, e as escolas estão atrasadas nessa tarefa. Portanto, o mais importante é não se deter diante das barreiras e das possibilidades abertas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, F. J. Educação e Informática. Os computadores na escola. São Paulo: Cortez, 1988.

BRANDÃO, C. R. O trabalho do saber. Porto Alegre: Sulina, 1999.

BRASIL. Rede Nacional de Formação Continuada da Educação Básica. Brasília, 2005.

_______. Educação Básica 2005: Ano da Qualidade da Educação. Brasília, 2005.

CASTELLIS, Manuel. A sociedade em rede. São Paulo: Vozes, 1999.

CRUZ, Renato. O que as empresas podem fazer pela inclusão digital. São Paulo: Instituto Filmes, 2004.

DAMASCENO, Maria Nobre; THERRIER, Jacques (coord). Educação e Escola no Campo. São Paulo: Papirus, 1993.

FONSECA, Maria Tereza Lousa. A extensão rural no Brasil, um projeto educativo para o capital. São Paulo: Loyola, 1985.

FREIRE, Paulo. A Educação na Cidade. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1985.

_______, Paulo. Educação e Mudança. 14. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979 (Coleção Educação e Comunicação).

GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projeto de Pesquisa. São Paulo: Atlas, 1991.

KOLLING, Edgar Jorge Jr.; MOLINA, Mônica Castagra. Por uma educação básica do campo. Brasília: Fundação Universidade de Brasília, 1999.

SAVIANI, Demerval. Escola e Democracia. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1995.

VALENTE, J. A. “O papel do professor no ambiente Logo”. In o professor no ambiente Logo: formação e atuação. Campinas: Unicamp, Nied, 1996.


sábado, 17 de outubro de 2009

Educação no Campo!

EDUCAÇÃO NO CAMPO
É uma educação que entende ao campo como o lugar onde vivem os sujeitos do campo; como sinal de vida, de trabalho, de cultura; de relações sociais.
Uma educação que quer expressar os interesses e necessidades de desenvolvimento dos sujeitos que vivem, trabalham e são do campo, e não meramente reproduzir os valores do desenvolvimento urbano.
Uma educação definida coletivamente pelos próprios sujeitos do campo. Que não se faz sem os sujeitos do campo ou para os sujeitos do campo, mas com os sujeitos do campo. Os sujeitos do campo são os protagonistas da educação que se realiza no Campo! Uma educação entendida não como um fim em si mesma, mas como um instrumento de construção da hegemonia de um projeto de sociedade. Uma educação que contribui para a construção de uma outra relação entre o campo e a cidade, enfrentando a hierarquia e a desigualdade atualmente existentes.
A Educação do Campo se constitui numa ação “emancipatória” – incentiva os sujeitos do campo a pensar e agir por si próprios, assumindo sua condição de sujeitos da aprendizagem, do trabalho e da cultura.
Emancipar significa romper com a tutela de outrem, significa ter a possibilidade de tomar suas próprias decisões, segundo seus interesses e necessidades.
As populações do campo têm o direito de definir seus próprios caminhos, suas intencionalidades, seus horizontes.
A Educação rural se constitui numa ação “compensatória” – trata os sujeitos do campo como incapazes de tomar suas próprias decisões. São sujeitos que apresentam limitações, em função das poucas oportunidades que tiveram em sua vida e do pouco conhecimento que tem.
A educação é dada aos indivíduos para suprir suas carências mais elementares – Educação supletiva. Transmite-se a cada indivíduo somente os conhecimentos básicos, pois se acredita não ser necessário aos sujeitos do campo, que lidam com a roça, aprender conhecimentos complexos, que desenvolvam sua capacidade intelectual.
A educação é tida como um favor e não como um direito!